quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Eu e Vc...

Poema 
Nua Despedida...

Preciso ir...embora para um lugar distante... onde a dor e a saudade não me alcance nem venha machucar. Que seja sempre verdadeiro o olhar e sincero o sorriso aberto da criança a brincar... que o abraço alheio conforte um coração por demais aflito...louco de solidão e perdido no tempo no vazio... Que a distancia sirva ao menos para travar a língua e secar na garganta as palavras sentidas...Quem sabe ao nascer um novo dia os raios de sol façam brotar sementes de esperança e cura depois da chuva lacrimal tardia...E a tarde ao se por; leve para as estrelas a lembrança do brilho dos seus olhos que eu vi um dia...Os olhos que abriram se mostrando sua alma sua alegria mas também sua revolta e agonia. lugar este onde subi uma colina florida rumo ao paraíso e onde desci a montanha deslizante da infernal solidão... Onde Ao sentir imenso prazer e intensa dor descobri que ali nunca fora meu lugar meu porto seguro...terra de ninguém ... sonho e fantasia...mar bravio... casa em chamas...armadilha do acaso sem destino e direção como num violento naufrágio cansado dos golpes do mar... perdido em dunas secas no deserto quente e inóspito...Agonizante acordei e percebi que o sonho havia terminado logo apos termos começado a sonhar...Ironia do destino...capricho do acaso...não sei mas vejo que quando fizemos nossa cama na varanda e esquecemos de protege-la da ventania e do tempo...nesse instante nos condenamos a viver um eterno crepúsculo. Quando o egoismo nasce no espirito do individuo este jamais poderá ser dois em unidade pois a ignorância da rivalidade ira persuadir e confrontar toda pureza e desejo de carinho e respeito no outro...nesse tempo já não nascem os sonhos nessa terra já não brotam alegrias...já nao brilhará na imensidão a luz dos olhos teus... O brilho se apagara e a noite fria e escura nos convida a sua dança eterna e impar onde tudo se separa se individualiza nos enganos dos egos aflitos e nas contradições dos desejos oportunos... Da vida resta agora somente a lembrança angustiada da saudade de tudo aquilo que nunca sera vivido porem intensamente desejado... De que um dia sentiu viver o amor assim como ele e puro simples e eterno.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Plenitude

Eu e Você...

Ao sentir-me pleno, satisfeito e feliz!
Recordarei, pra matar a Saudades...

Do aconchego do seu colo, da segurança do teu abraço.
Acariciando seus cabelos, me perdendo no brilho do seu meigo olhar...
A sentir o doce e agradável aroma que exala de sua alma.
Beijando suavemente o cantinho dos seus lábios... A tocar-te com minhas mãos, me aventurando nos caminhos secretos do seu lindo corpo.
Esse foi meu paraíso, lugar onde desejo estar, Jardim de delicias...
Foi sonho, fantasia, desejo e loucura...
Foi amor e paixão, como nunca antes havia provado e vivido.
Foi pura magia, sedução, foi minha liberdade e escravidão...
Um oceano de encontros, um mar de perdição.
Você foi alem de tudo uma mulher Única, Maravilhosa, encantadora e Inesquecível ! Uma Imensidão de desejos...
Um amor impossível de viver em todo seu esplendor, cultivado nas férteis terras ondem nascem os sonhos, nos corações apaixonados dos loucos amantes...

terça-feira, 9 de julho de 2013

Sonho e Fantasia

Hoje me perdi em uma aventura desmedida, inebriante e desgarrada em desejos alucinantes, em vontades incontroláveis de sonhos entorpecentes, de medos e traumas de um passado distante...
Inexplicável, intenso e irresistível foram alguns adjetivos que encontrei pra explicar os sentimentos sinceros que vivi com você minha amada. O carinho a paixão e o aconchego foram verdades sentidas ao seu lado.
Talvez ao saber, te provoque ira, temor e medo.. Talvez o desejo de estar perto, dentro e em volta, seja latente e surreal, mas talvez seja apenas o sentir da falta que faz você tao distante de mim agora...
Se eu me declarar irei confessar a ti que foi esse meu intento minha suplica, minha revolta...
Pois a saber fiquei surpreso e ansioso de ao chegar o clarim do dia você tivesse voltado pra mim e talvez ficasse ate a aurora despertar... quem sabe, o destino costuma provocar os amantes e surpreender os amores impossíveis...Más a distancia do querer não nos obriga nenhuma consideração, nem mesmo esperança... Foi mesmo desespero, foi naufrágio, sentimentos reprimidos de um louco apaixonado, perdido no tempo como navios a deriva no vasto oceano, inundados de sentimentos, vorazes e super estimados na imensidão de desejos, estes perdidos e aflitos... Ja não posso te entregar flores nem ascender velas em nosso jantar, só posso cobrir de rosas seu passeio e ansioso esperar um dia você voltar a passar.No mais estou indo embora levando comigo o doce gosto dos seus beijos junto a fúria e a paz que neles encontrei, levo também o brilho dos teus olhos onde refletiram a paixão e o desejo que arde incessante dentro do meu peito.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Marcas do Tempo.

Marcas do tempo...
O tempo passa, mas o amor;
O amor é eterno;
O tempo se desgasta, o amor não;
O amor se fortalece, a cada segundo se restabelece;
O tempo se vai com o passar dos anos;
O tempo envelhece;
O amor não, o amor permanece...
O tempo passa tão depressa,
O amor demora a passar;
O tempo e o amor andam juntos;
O tempo traz com ele estórias de uma vida;
O amor é feito de estórias “sem fim”, sentimentos perdidos, lágrimas e sofrimentos envolvidos...
O tempo nos marca, o amor de certa forma também;
Sim “o amor”, marca o começo de uma felicidade, “e o tempo” de ser realmente feliz!

O Amor e o Tempo

 O amor e o tempo


Em uma ilha moravam a Alegria, a Tristeza, a Riqueza, a Vaidade, a Sabedoria e o Amor.
Um dia, avisaram ao Amor que a ilha seria inundada e este logo cuidou de avisar a todos.
Todos correram para os seus barcos, buscando um local mais alto e seguro. Somente o Amor desejou ficar mais um pouquinho naquela ilha que tanto amava e que iria desaparecer.
Só quando a ilha já estava sendo inundada foi que o Amor se deu conta do perigo e correu para pedir ajuda.
A Riqueza vinha passando no seu barco suntuoso e o Amor pediu:
- Leva-me contigo, Riqueza.
A Riqueza respondeu:
- Não posso. Meu barco está cheio de ouro e prata. Não tem lugar para ti.
Daqui a pouco, se aproximou a Vaidade. E o Amor suplicou:
- Vaidade, salva-me por favor!
E a Vaidade ponderou:
- Não posso. Tu estás molhado e vais molhar o meu barco.
Logo após veio a Tristeza, remando seu pesado e escuro barco. E o Amor implorou aflito:
- Tristeza, ajuda-me!
A Tristeza respondeu:
- Não posso. Estou triste demais. Preciso ficar sozinha.
Em seguida passou a Alegria que nem notou a angústia do Amor.
O Amor já estava se afogando quando se aproximou da ilha um velhinho remando um barco muito antigo. O velhinho disse para o Amor:
- Sobe Amor. Vou te levar para um local seguro.
O Amor subiu no barco.
Quando chegou no monte onde já estavam os demais sentimentos, alegre e feliz, o Amor desceu rápido para abraçar a todos e se esqueceu de agradecer ao seu benfeitor. O velhinho seguiu adiante remando tranqüilo o seu velho barco.
Só então o Amor perguntou à Sabedoria, que a tudo observava sorrindo:
- Sabedoria, quem é aquele velhinho tão calmo e humilde que me salvou?
E a Sabedoria, serena como sempre, respondeu:
- Aquele velhinho é o Tempo. Só o Tempo é capaz de fazer nascer, entender e salvar o Amor.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Homenagem ao dia das Mães...


quarta-feira, 10 de abril de 2013

O PROBLEMA DA JUSTIFICAÇÃO DO ESTADO


Por que devemos consentir em ser governados e em obedecer a regras impostas por uma autoridade externa?
1. O que se entende por teorias contratualistas clássicas?
São teorias que defendem o estabelecimento de um acordo entre vários indivíduos, implicando compromissos recíprocos. A este acordo entre os indivíduos chama-se pacto ou contrato social (porque estabelecido entre os indivíduos de uma determinada sociedade).
2. Qual é a finalidade do acordo?
Este acordo visa alterar uma determinada situação na sociedade que se tornou insustentável, concretamente o desrespeito pelos direitos básicos dos indivíduos, desrespeito esse que gera um estado conflituoso. O acordo vai permitir eliminar ou reduzir os conflitos na sociedade.
3. Que compromissos recíprocos são estabelecidos com o acordo?
Estes compromissos traduzem-se geralmente no seguinte: todos os indivíduos comprometem-se a obedecer a um poder exterior que garanta uma melhoria das relações entre eles e promova um maior bem-estar geral.
4. Que poder exterior é esse a que todos os indivíduos se comprometem obedecer?
Esse poder é o Estado. Neste sentido, o contrato social é uma forma de legitimação do Estado. As teorias contratualistas que vamos estudar são as de Thomas Hobbes e John Locke.
5. Por que razão é necessário, para Hobbes, o contrato social e, por conseguinte, a autoridade do Estado?
Para Hobbes, no estado de natureza, o indivíduo vive num permanente estado de violência e de medo, estado no qual ninguém se encontra a salvo e onde a vida de cada um corre sempre um grande risco. Hobbes sintetizou este estado de guerra permanente entre todos com a seguinte expressão: «O Homem é o lobo do Homem».
Os indivíduos não podem continuar a viver neste estado de permanente angústia e temor. Torna-se necessário o estabelecimento de um contrato ou pacto entre todos os indivíduos que salvaguarde as suas vidas e os seus bens.
6. De que modo entende Hobbes o estabelecimento deste pacto?
Hobbes defende que, para se instaurar a paz e a segurança na sociedade, é necessário transferir os direitos de todos os indivíduos (direitos esses que eram ilimitados no estado de natureza) para uma pessoa que seria o titular desses mesmos direitos. Esta pessoa, o soberano, estaria acima dos indivíduos e deteria um poder absoluto (detém todos os poderes: poder legislativo, executivo e judicial), não se encontrando submetido a qualquer poder ou lei que não a sua.
7. Por que razão o poder do soberano é absoluto?
Para Hobbes, o soberano não se encontra submetido ao contrato ou pacto estabelecido entre os vários indivíduos, porque nesse caso também estaria limitado pelo pacto e, portanto, limitado ao nível dos direitos como os outros indivíduos. Se todos estivessem igualmente limitados nos seus direitos, não haveria ninguém que pudesse governar os outros.
8. Mas não se pode transformar este poder absoluto do soberano num poder despótico?
Hobbes responde que, mesmo que se transforme num poder despótico, os súbditos não têm direito de resistência (a não ser apenas quando o soberano obriga o próprio súbdito a matar-se – porque também esta situação não ocorria no estado de natureza), porque o seu poder lhe foi confiado legitimamente pelos próprios súbditos a partir de um pacto ou contrato.
9. O que carateriza o estado de natureza segundo Locke?
O estado de natureza corresponde à vida sem governantes. Cada ser humano tem o poder de se autogovernar. Ao contrário do que Hobbes pensava, o estado de natureza não é um estado lastimável e completamente negativo, marcado pelo constante medo dos outros, da morte e das agressões que neles teriam a sua origem. Há restrições e deveres que os seres humanos nesse estado são obrigados a cumprir pela sua consciência moral e em nome do seu interesse. Esses deveres e obrigações estão ligados ao facto de haver direitos naturais por todos reconhecidos: os direitos à vida, à liberdade e à propriedade.
10. Por que razão vai ser necessária a autoridade política ou Estado?
O estado de natureza não é o estado de guerra de todos contra todos. Locke não o considera um estado calamitoso. Mas reconhece que pode ser um estado de guerra de alguns contra alguns. Porquê? Porque, embora a maioria dos seres humanos no estado de natureza respeitem os direitos básicos acima referidos, alguns não o fazem. É evidente que cada pessoa lesada ou ameaçada tem neste estado o direito a defender-se e a punir e castigar os infratores. Contudo, nem sempre somos suficientemente fortes para defender e fazer respeitar esses direitos. Assim surge a necessidade do Estado com as suas leis, os seus tribunais e as forças que impõem a sua autoridade. Protegerá as nossas vidas, liberdades e propriedades daqueles que não as respeitam. Vemos por que razão, para Locke, o estado de natureza é insatisfatório: a ausência de leis, tribunais e autoridades policiais não garante aos seres humanos uma defesa adequada dos seus direitos, ou seja, não protege a vida, a liberdade e a propriedade como deve ser.
11. O surgimento do Estado implica que os indivíduos renunciem aos seus direitos naturais?
O surgimento do Estado não significa que os indivíduos renunciem aos seus direitos naturais. Bem pelo contrário, o Estado é instituído para, em caso de violação, defender os direitos naturais. O contrato ou pacto social significa que os seres humanos, naturalmente livres, iguais e independentes, renunciam, não aos seus direitos, mas a fazerem justiça por suas próprias mãos. A justiça privada – muitas vezes impotente – dá lugar, com o Estado, à justiça pública – polícia, tribunais, multas e prisões.
12. A transferência de poderes e de direitos para o Estado que surge do contrato social é ilimitada?
Não. Como é o consentimento dos cidadãos que dá origem à autoridade política, a vontade do povo tem prioridade sobre aquela. O governo é o servidor da vontade dos cidadãos, que, por acordo mútuo, consentiram em confiar-lhe a defesa dos seus direitos e interesses. Para Hobbes, em nome da segurança não havia aparentemente limites ao que o Estado podia fazer. Para Locke, a autoridade do Estado é limitada pelos direitos naturais dos indivíduos. O Estado deve garantir a segurança dos cidadãos, mas isso não pode nunca ser pretexto para violar os direitos naturais dos cidadãos. Os direitos que temos no estado de natureza continuam a existir no estado de sociedade. O Estado não deve tirar-nos a vida, a liberdade e a propriedade. Se alguma lei ou decreto do governo desrespeita direitos fundamentais, então justifica-se a desobediência ou a resistência dos cidadãos.

COMPARAÇÃO ENTRE HOBBES E LOCKE

QUESTÕES

O Estado é uma instituição natural?
Não. Apesar de se poder reconhecer nos seres humanos a aptidão para viverem em sociedade, o Estado é uma construção humana, algo que impomos à nossa natureza.
Não. Apesar de se poder reconhecer nos seres humanos a aptidão para viverem em sociedade, o Estado é uma construção humana, algo que impomos à nossa natureza.
O que é o estado de natureza?
É uma condição da vida humana marcada pela possibilidade que cada um tem de fazer justiça por suas mãos.
É uma condição da vida humana marcada pela possibilidade que cada um tem de fazer justiça por suas mãos.
O estado de natureza é uma condição satisfatória? Porquê?
Não, porque é a guerra de todos contra todos. É um estado calamitoso, anárquico, em que, ameaçada pela possibilidade que cada um tem de fazer justiça por suas mãos, a vida humana é curta e incerta. O profundo egoísmo da natureza humana é a raiz de todos os males e tem de ser controlado.
Não, porque tende a ser a guerra de alguns contra alguns. No estado de natureza não há leis escritas nem órgãos – tribunais, forças da ordem – que controlem e resolvam os conflitos entre os seres humanos. Há direitos individuais, mas cada qual interpreta-os e defende-os à sua maneira. Assim, a justiça privada – cada qual fazer justiça por suas mãos ou fazer o que bem entende – conduz à insegurança e à injustiça.
O Estado é um bem ou um mal?
O Estado é um bem necessário porque garante, em princípio, a segurança e protege a vida dos cidadãos.
O Estado é um bem necessário porque garante, em princípio, a proteção da vida, da liberdade e da propriedade.
Como se dá a passagem do estado de natureza à sociedade política?
Os indivíduos transferem para o poder político todos os seus direitos de forma ilimitada e renunciam à liberdade em nome da segurança e proteção das suas vidas e dos seus bens. Isto porque nenhum mal é comparável a viver no estado de natureza.
Os indivíduos não abdicam de nenhum dos seus direitos naturais, mas transferem para o Estado e seus órgãos o poder de legislar, de executar as leis e de julgar. Em vez de cada indivíduo defender perante os outros os seus direitos naturais, delega no Estado esse poder, atribuindo-lhe a responsabilidade de os proteger.
A autoridade do Estado tem limites?
Em princípio não. Os cidadãos renunciam ao seu direito, a todas as coisas, à sua liberdade natural, e deixam de poder contestar as decisões de quem governa, desde que o poder absoluto assim criado garanta a paz e a segurança. Este é o único dever estrito do Estado: manter a ordem e proteger as vidas que possam ser ameaçadas por forças internas ou externas. A segurança e a ordem são os valores mais importantes.
Como Hobbes pensa que a função do Estado se deve concentrar na defesa da nação e na segurança interna, a sua conceção de Estado deixa aos cidadãos uma relativa liberdade na esfera económica, havendo assim direito à propriedade e à iniciativa privada.
O contrato social garante ao governante poder absoluto para fazer o que bem entender com vista a assegurar a paz e a ordem sociais. Só a sua incapacidade em manter a segurança e eliminar os conflitos justifica que seja contestado e deposto.
Sim. O contrato social não garante ao governante poder absoluto para fazer o que bem entender em nome da paz e da segurança. Há, para Locke, valores mais importantes do que a segurança e a ordem. O direito à liberdade é um deles. Os cidadãos não renunciam aos direitos individuais naturais como a liberdade. Só renunciam ao direito de aplicarem por si mesmos o direito natural de punirem quem desrespeita e viola esses direitos básicos.
Os titulares da soberania continuam a ser os cidadãos – o povo. Este delega o exercício do poder nos governantes, mas, se estes não governarem bem, se não respeitarem e garantirem os direitos básicos dos indivíduos, serão depostos das suas funções.

“bandido bom é bandido morto

Em 5 anos, polícia de São Paulo matou mais que todas as polícias dos EUA juntas

Cultura boçal da sociedade brasileira tende a apoiar os assassinatos cometidos por policiais e prega que “bandido bom é bandido morto

Números apontam que PM de SP mata mais de uma pessoa por dia
Com uma população quase oito vezes menor que a dos Estados Unidos, o Estado de São Paulo registrou 6,3% mais mortes cometidas por policiais militares do que todo os EUA em cinco anos, levando em conta todas as forças policiais daquele país. Dados divulgados pela SSP (Secretaria de Segurança Pública), e analisados pela Ouvidoria da Polícia, revelam que 2.045 pessoas foram mortas no Estado de São Paulo pela Polícia Militar em confronto – casos que foram registrados como resistência seguida de morte – entre 2005 e 2009.
Já o último relatório divulgado pelo FBI (polícia federal americana) aponta que todas as forças policiais dos EUA mataram em confronto 1.915 pessoas em todo o país no mesmo período. As mortes são classificadas como justifiable homicide (homicídio justificável) e definidas pelo “assassinato de um criminoso por um policial no cumprimento do dever”.
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Por que os 493 assassinatos de Maio de 2006 continuam impunes?
Para Guaracy Mingardi, ex-subsecretário nacional de Segurança Pública e pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a diferença no total de mortes do Estado e dos Estados Unidos se deve à própria cultura geral da sociedade brasileira, que tende a apoiar os assassinatos cometidos por policiais e prega que “bandido bom é bandido morto”.
- Nós temos uma diferença. O júri americano tem uma tendência a inocentar [o acusado] porque ele desconfia do Estado. Aqui, apesar de o nosso Estado ser pior, o júri tende a condenar [o acusado] porque ele considera que, se a polícia pegou, é porque ele tem culpa no cartório.
Mingardi ressalta, porém, que a letalidade em São Paulo diminuiu, embora ainda esteja “fora do aceitável”. Segundo ele, o número de mortos pela Polícia Militar caiu especialmente depois do massacre de Carandiru, ação policial dentro do presídio na zona norte da capital paulista que terminou com 111 presos mortos em 1992. De acordo com o especialista, só naquele ano, foram registradas cerca de 1.400 mortes no Estado.
- Ninguém está advogando que aqui tem que ser como na Inglaterra, por exemplo, que a polícia mata duas, três pessoas por ano. Estamos falando em chegar num nível mais civilizado.
“Lógica de guerra”

Especialista em polícia do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo afirma que existe uma diferença na própria história da Polícia Militar brasileira, que foi consolidada no período da ditadura e criada com o objetivo de defender o Estado de seus inimigos. Essa “lógica de guerra”, segundo Carolina, se mantém até os dias de hoje.
- Até hoje, a Polícia Militar é força auxiliar do Exército. Ou seja, se tiver uma guerra, a PM pode ser acionada. Ao mesmo tempo, ela tem que estar na rua e 99% do que ela faz não é atender crime, mas lidar com conflitos cotidianos, coisas banais.
Carolina ressalta, no entanto, que a polícia vem mudando ao longo dos últimos anos graças ao discurso de direitos humanos. O processo, no entanto, é lento.
- Ainda falta muito, ainda é uma polícia formada para combater o crime numa lógica mais dura. A gente precisa entender que a polícia está se reinventando. Aos poucos, consegue trabalhar em parceria com a sociedade civil.
Mortes x prisões

Para o professor de direito da FGV (Fundação Getulio Vargas) Theodomiro Dias Neto, houve um avanço, mas ainda tímido, no combate à letalidade policial nos últimos anos. Ele compara os números atuais com os da década de 90, quando havia uma média de quatro mortos por policiais por dia no Estado de São Paulo, e afirma que os últimos dez anos ficaram “entre avanços e retrocessos”.
- O número de pessoas mortas certamente não tem nada a ver com eficiência da polícia. Uma polícia eficiente é aquela que faz um trabalho correto na prevenção do crime, com o menor número de mortos e feridos possível. Quanto menor a proporção entre detenções realizadas e mortos, melhor.

O relatório Força Letal – Violência Policial e Segurança Pública no Rio de Janeiro e em São Paulo -, lançado em dezembro de 2009 pela ONG internacional Human Rights Watch, aponta que a polícia do Estado de São Paulo prendeu 348 pessoas para cada morte em 2008. Já a polícia norte-americana prendeu mais de 37.000 pessoas para cada morte em suposto confronto no mesmo ano. O índice de prisões por mortes cometidas pela polícia é 108 vezes menor em São Paulo do que nos Estados Unidos.
Segundo Neto, a eficácia da polícia americana comparada à paulista se dá, entre outros motivos, porque ela é “mais bem controlada”.
- É uma polícia que mata menos e prende mais.
Outro lado

A reportagem entrou em contato com as assessoria da Polícia Militar, mas até a publicação desta notícia, a corporação não havia se pronunciado sobre os dados apresentados nesta notícia.

O dia que durou 21 anos

Essa vai para aqueles, que vivem assistindo novelas globais alienados no capitalismo de consumo e acham que vivem em uma naçao democratica, soberana e livre,,, e para aqueles que vestem camisetas dos eua e se acham descolados demais para abrirem um bom livro de historia e se interar da realidade, por sorte voçes tem o facebook, entao parem de postar asneiras e leiam essa materia, ve se de alguma forma aprendem um pouco com os fatos historicos que nosso povo participou e que refletem muito no tipo de sociedade e desenvolvimento cultural e economico que vivemos...

Agora, eu recomendo também um outro documentário muito necessário, e no entanto negligenciado pelo público, chamado “Cidadão Boilesen”. Este conta a história de um homem que também comprou o Brasil nestes anos nefastos, mas não era um embaixador, era um empresário. É interessante por mostrar como este, e vários famosos empresários tiveram suas ascenções fantásticas neste período graças a uma coligação com o governo ditatorial, alguns até hoje colhem frutos. Mostra o real sentido do porquê chamar a ditadura não só de militar, mas de civil-militar, ou empresarial-militar.

O dia que durou 21 anos – documentário que todo brasileiro merece assistir

Embora muitos já tenham assistido, a esmagadora maioria dos brasileiros infelizmente não viu, o que explica a ignorância e a perenidade de tantas mentiras sobre aquele período histórico, que, meio século depois, a grande mídia brasileira mantém vivas

O que este país mais precisa, neste momento histórico, é de doses cavalares de… Memória. Só revendo o passado é que poderemos avaliar o presente e projetar o futuro. Para tanto, porém, teremos que retroceder no tempo. Voltaremos, neste texto, a cerca de meio século.
Em um momento em que só se fala em “mensalões” – petistas, tucanos etc. –, um documento histórico nos propiciará enxergar o que até hoje permanece nas sombras: o maior mensalão de todos os tempos, bem como coincidências impressionantes entre o ontem e o hoje, as quais continuam a nos roubar a tranqüilidade quanto à democracia que, a duras penas, ainda pelejamos para construir no Brasil.

Lincoln Gordon, embaixador dos EUA no Brasil em 1964 – o homem que comprou o Brasil. (Foto: arquivo)
O documentário “O Dia que Durou 21 anos” (2011) é uma produção da TV Brasil com a Pequi Filmes, com direção de Camilo Tavares, filho de uma das vítimas da ditadura. O material apresenta os bastidores da participação do governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964.
Sim, muitos já assistiram, mas a esmagadora maioria dos brasileiros infelizmente não viu, o que explica a ignorância e a perenidade de tantas mentiras sobre aquele período histórico, que, meio século depois, a grande mídia brasileira mantém vivas.
Esse material imprescindível, que deveria figurar em todos os currículos escolares dos quatro cantos do país, mostra como e por que os Estados Unidos decidiram interferir na política interna do Brasil.
Documentos inéditos e oficiais, amparados em depoimentos de acadêmicos norte-americanos e brasileiros, revelam como, sob o pretexto do avanço comunista em Cuba, os Estados Unidos vieram ao Brasil e compraram, literalmente, políticos, governos estaduais e, acima de tudo, meios de comunicação, que enriqueceram graças à intervenção americana.
Leia também
Almeidinha: “Direitos humanos para humanos direitos”

Nunca houve tanto ódio na mídia conservadora do Brasil

Garota grava assédio de homens nas ruas com câmera escondida e causa polêmica

Uma frase dos golpistas manipulados pelo governo norte-americano abre o documentário: “Aqueles que não amam a revolução, ao menos devem temê-la”.
Era a senha para o terror que sobreviria por mais de duas décadas, durante as quais verdadeiros facínoras, travestidos de militares, roubaram a nação ao custo de seqüestros, torturas e assassinatos.
Uma rica coleção de documentos oficiais e confidenciais norte-americanos, que vazaram há poucos anos, comprovam cada letra do parágrafo anterior, narrando, minuto a minuto, a estratégia ianque desde pouco antes do golpe militar de 1964 até o dia 2 de abril daquele ano.
O documentário não trata do desenrolar da ditadura, mas de como os Estados Unidos, através do seu então embaixador no país, Lincoln Gordon, ao custo de incontáveis milhões de dólares compraram consciências e colocaram como seus empregados todos os atores do golpismo que seqüestrou e manteve cativo um país inteiro durante mais de duas décadas.
O Brasil, então uma potência emergente, a maior da América Latina, entregava aos ianques o sangue e o suor de seu povo. Homens como Jango Goulart e Leonel Brizola, porém, ameaçavam os “interesses” da potência estrangeira. E o que era “pior”: eram apoiados pelo povo.
Para eliminar a ameaça “comunista” aos seus “interesses”, sob a crença insana de que a América Latina lhes pertencia os EUA fizeram de seu embaixador no país um agente secreto, alguém que se tornou um dos mais relevantes personagens da história brasileira.
Gordon chegou ao Brasil ainda no governo Jânio Quadros, que renunciaria e deixaria o vice-presidente, Jango Goulart, em seu lugar. O objetivo da nomeação desse “diplomata” fluente em português era, escancaradamente, o de transformar a embaixada norte-americana em um mero departamento da CIA.
Gordon abraçou a causa com ardor. E foi através de seu empenho, das idiossincrasias de um único homem, que a maior potência militar e econômica daquela época transformou em um inferno as vidas de dezenas de milhões de brasileiros.
Para seduzir a elite branca, dona de imensidões de terra, de indústrias e, sobretudo, de jornais, rádios e televisões, as idéias de Jango e Brizola sobre reforma agrária cairiam como uma luva.
Os ianques pouco se importavam com os interesses econômicos dessa elite, mas tais interesses lhes seriam úteis para evitar que uma nação do porte do Brasil se tornasse “Não uma Cuba”, como diziam, mas “Uma China”, dada a já imensa população nacional.
O que mais impressiona em “O Dia que Durou 21 Anos” é o depoimento de Robert Bentley, então assistente de Gordon. Grande parte das afirmações que você acaba de ler foram confirmadas e até relatadas por esse homem.
Se você leu, nos últimos anos – talvez em jornais como Estadão ou Folha ou em revistas como a Veja –, que o governo Lula teria inaugurado uma “república sindicalista” no Brasil, saiba que a expressão nasceu nos momentos que antecederam o golpe de 1964.
Eis a primeira das muitas coincidências que sobrevirão.

Em documentos oficiais do governo norte-americano de então, é dito, explicitamente, que o que deveria desencadear o golpe não seria o interesse dos brasileiros, mas o dos Estados Unidos – ou seja: o golpe foi dado por brasileiros com a finalidade de satisfazer outro país.
O presidente norte-americano era John Fitzgerald Kennedy. Esse que alguns até hoje consideram herói cometeu crimes inomináveis contra nosso país de forma a roubá-lo, nem que, para isso, milhões de brasileiros tivessem que pagar o preço. Para tanto, fez com que a agência de inteligência ianque, a CIA, começasse a expandir suas ações no país, começando por São Paulo.
Empresas norte-americanas concessionárias de serviços como energia ou telefonia tinham suas concessões vencendo em um quadro em que não tinham cumprido as exigências do Brasil para que se instalassem aqui. Dependia do governo brasileiro, portanto, renová-las ou não. Era nosso direito. Mas os norte-americanos só aceitariam uma decisão…
Com efeito, o combate midiático ao tamanho do Estado que se vê ainda hoje começou muito antes. Quando você lê num desses veículos supracitados o inconformismo de editorialistas com essa questão, na verdade está dando uma mirada no passado.
As televisões norte-americanas, então, apresentavam longos programas sobre o risco de o Brasil se insurgir contra seus interesses. E avisavam: “Para onde o Brasil for a América Latina irá junto”.
Abertamente, portanto, Kennedy falava à sua nação que seu governo “não aceitaria” uma decisão eleitoral do povo brasileiro que contrariasse seus interesses. E ameaçava: “Temos recursos, habilidade e força para proteger nossos interesses”.
Os Estados Unidos, porém, não precisariam de tanto. Bastaria usarem a carteira.

Primeiro, os norte-americanos tentaram comprar o povo brasileiro – e os de outros países da América Latina – despejando na região quantidades imensuráveis de dinheiro através de um programa que intitularam “Aliança para o Progresso”.
Segundo Bentley declarou em “O Dia que Durou 21 Anos”, eram gastos em Educação, agricultura, infra-estrutura: “Fale em um setor e ali estava o dinheiro da Aliança”, disse ele.
Não foi suficiente. O dinheiro norte-americano não comprava nem o governo João Goulart nem o povo, que continuava apoiando aquele governo. Assim, sob recomendação de Gordon, os Estados Unidos decidiram que era preciso “organizar as forças militares e políticas contra o governo”.
Kennedy, então, passou a literalmente comprar os opositores de Goulart no Congresso brasileiro, em governos estaduais e, sobretudo, na imprensa. Veículos como o jornal o Estado de São Paulo e O Globo passaram a ser receptáculos de quantidades pornográficas de dólares desembolsados pelos Estados Unidos.
Os beneficiários da dinheirama ianque, em contrapartida, tinham que organizar uma campanha de “enfraquecimento” e de “desestabilização” do governo federal. Para esse fim, a arma mais importante foi a… Imprensa.
Para que os recursos chegassem aos destinatários, uma trama criminosa foi engendrada. O mensalão ianque, que corromperia a imprensa, parlamentares e governadores de Estado como Carlos Lacerda, chamava-se Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (IPES). Escritórios dessa agência do golpe foram abertos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.
A imprensa, subsidiada pelo IPES, passou a fazer campanha anticomunista relatando os “horrores” da União Soviética, de Cuba etc. O empenho anticomunista domou Estadão, Globo e Folha, primeiro, através do bolso.
Esses veículos passaram a verter, dia após dia, acusações e críticas de “descalabro administrativo” e de “corrupção” contra o governo brasileiro. Não passava um único dia sem que torrentes de matérias nesses veículos, entre outros, fossem despejadas sobre o povo.
Informações falsas ou manipuladas eram plantadas na mídia, que, como hoje, pouco admitia uma mísera opinião divergente ou dava destaque a desmentidos. E, se dava, era sempre em proporção absurdamente desigual. Sem falar que muitos assuntos eram simplesmente vetados.
A grande mídia de então inundava tudo que podia com propaganda contra o governo. Cinemas, jornais, rádios, novelas. Tudo. Não havia como escapar de coberturas como as que o Jornal Nacional fez diariamente contra o governo Lula e continua fazendo contra o governo Dilma.
Tudo muito bem pago por dinheiro subtraído ilegalmente do erário norte-americano e repassado, mensalmente, aos escritórios do IPES, que, por sua vez, repassavam, além de a meios de comunicação, também a parlamentares, que passavam a votar no Congresso como queria o presidente… Dos Estados Unidos.
Qualquer semelhança com o que se passa hoje não é mera coincidência. Se você acredita em mim, pode parar por aqui. Do contrário, assista, abaixo, a íntegra do documentário “O Dia que Durou 21 Anos”

A história inabalável Editorial do jornal “O Globo” de 2 de abril de 1964, celebrou o Golpe Militar

A história inabalável: Editorial do jornal “O Globo” de 2 de abril de 1964, celebrou o Golpe Militar

Leia a seguir, na íntegra, o posicionamento histórico e irreparável do jornal da família Marinho durante o processo que removeu, à força, um governo democraticamente eleito e instaurou uma ditadura militar no Brasil. Na foto abaixo, a capa do jornal O Globo, celebrando o “ressurgimento da democracia”, um dia após o Golpe Militar.

Editorial de “O Globo” do dia 02 de abril de 1964
“Ressurge a Democracia”

Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.
Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.

Capa do jornal O Globo, celebrando o “ressurgimento da democracia”, um dia após o Golpe Militar. (Reprodução)
Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.
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Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.
Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.
As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, “são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI.”
No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.
Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.
Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.
A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.
Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto. Sejamos dignos de tão grande favor.”
Pragmatismo Politico, com Acerto de Contas

1799-18 brumaire de Napoléon Bonaparte

Révolution française vivante, la démocratie vie des gens, vivre la vie!

Thème
1799-18 brumaire de Napoléon Bonaparte.
Auteur
2006 - Ricardo Vilas Boas.
Type
Poème chanté.
Titre
Le Rurina du Fléau.

Ah! Clergé astucieux ... Noble, dominante
Bourgeoisie, les artisans, les paysans, les extras.
En un coup d'Etat, dix ans après la révolution,
1 er a été qui a émergé dans 18 brumaire de Napoléon
A été dominante à la suite peu de temps après ébullition, une
guerre sanglante de grand impact.
Girondins, jacobins, républicains à juste titre,
renverser la noblesse, le sauvetage de l'union.
De la nation française, libres et égaux en composition fraternelle ...
Sera épées prêtes, le sang coulant inégalée.
Major Général volonté devient la capitale suprême qui émerge d'une bourgeoisie latente lueur indéfectible viscérale.
Notre maître, notre bourreau, si loin, si vite.
Egypte monte triomphalement retentissant, déchirer un instant
la doctrine d'un Enfante, galant, fier, intrépide qui prévaut.
A pris possession de la couronne, et tous intransigeance, il entendit l'opérateur alarmante politique.
L'église existait, la bourgeoisie a succombé à la puissance du capital, le passage était épuisé.
Joie nouvelle qui se pose, état neuf, sociale.
Ils suffit de tourner l'ancien régime féodal, et la plèbe, mais qui assombrissait les ombres, le brouillard se lève perdu, oublié.
Si refait à contrecœur confiants dans trapilhos anciennement voraces, symptomatique, maintenant fatigué et apathique, avec l'odeur de la poudre et de sang.
Misérable, malade, sans l'armure, la sagesse, l'amour et la paix.
Refoulée, émoussé, faire profiter de la vie et de l'espoir, de la folie inquiétante, de l'intestin faim.
Vaincu par le courage courage, qui abolit toutes les douleurs et tous les engins,,,, et maintenant que c'est fait, du pain et des jeux, ou fête funéraire et plus de douleur, plus de rancœur ...
Warlord mauvais ne se contente pas de telles souffrances, avec des quotas en excès est dépêches latentes ses armées vers l'avant vers l'Europe qui, une fois s'enorgueillit de gloire encore aujourd'hui immergé dans une mer de sang déflorer la guerre.
Dans la frontière tranchées, échafaudages de la resguardecem plus cruel et supportables, dans les casernes, la torture à l'obscurité
passé d'un million. De victoires et de conquêtes, les gloires du butin, ne reste presque rien ou estimations ou torpeur.
Détruite par l'avidité pour le pouvoir, ces alliances désormais atténué puis, sans raison apparente unir les royaumes de l'Europe, dirigé par la cupidité, au hasard, vendu à l'âme ... La reine Victoria.
Il déposa le fou, une jubilation que le vétéran a été exilé sur une île récente défaite ...
Couplé avec huit cents ans après le parlement dans un acte de délinquance et attentif mouvement régiment faillite résurgente qui était silences voraces, la vengeance, le jugement, souvent, l'incrédulité, qui ressurgit dans l'improvisation, faire des folies sur un avertissement.
Oh rêveur bourgeoisie prétentieux et ressuscité sera de contrer leurs intérêts, leurs valeurs subjugarei ...
La colère bourgeoisie révolutionnaire et d'entendre une ruse devient toante, unisson et fiévreux ...
Là encore, il reviendra, il se trouve, compère mort, je suis là cadavre froid, monsieur déposé sans miseril vanter ...
Alors ...
Une voix déchirante, fait résonner ton de lamentation, les catacombes, lamaçadas, les fissures abyssales, repris par de l'air, la terre et ses entrailles charnelles ...
Ah les nations étrangères, les principautés, traîtres, des multiplicateurs malheurs. accumulation de misères ... Je les hanter pendant des années, mes fantômes vous accueillera et vous servira de guide .... Je n'oublierai jamais, et je ne m'attends pas pardon de vous ... mauvais transmettre les rênes du longtemps guidé la destinée de leurs ganancias ...
Cependant, toujours avoir des réserves sur le rêve, je rêve, mais le rêve sera toujours ... toujours.

Noter
Le bourreau en garde à contrecœur indécis, voir l'âme contrite frappé un regard de joie et de soulagement apparent, rappeler les imprudents qui est pur, au beau milieu de la folie lente, regretter.

terça-feira, 12 de março de 2013

Habemus Papam !!!


A igreja no controle da massa

Em tempos onde todos fazem uso do direito de opinar, a religião, a crença, a devoção a um deus são assuntos que costumam gerar polêmicas dentro dos grupos sociais. O certo é que o mundo gira e as coisas acontecem sem que tenhamos explicações plausíveis. Os crentes dizem que isso é Deus, os cientistas afirmam que é a lei da atração e os descrentes sugerem que sejam apenas coincidências. Então, fica a dúvida: será que Deus realmente existe? Levando-se em consideração René Descartes, que afirma a existência através da frase “penso, logo existo”, como cerca de 90% da população mundial crê em algum deus podemos considerar que Ele exista sim, porém Ele pode se apresentar de formas diferentes para cada grupo religioso, como um líder comunitário que gera uma impressão para seus familiares, uma impressão para seus amigos e outra para a sua comunidade.
Os descrentes costumam dizer que a religião é apenas uma muleta para os ignorantes e ingênuos porque eles se apóiam nela de maneira a entregar todos os seus bens e inclusive suas vidas. Assim, julgam as igrejas como se fossem empresas estelionatárias que manipulam seus fiéis visando unicamente o lucro e oferecendo em troca produtos que não existem como a redenção e a vida eterna. Costumam dizer ainda, que é muito controversa a idéia de um deus infinitamente bom e cruel ao mesmo tempo, que oferece o céu e o inferno, que pede para crer em si e também apresenta um demônio. O certo é que a maior parte dos crentes sente sede de justiça nesse mundo modelado por homens e buscam sim apoiar-se na idéia de justiça divina, onde “seja bom e vá para o céu junto a Deus, seja mau e vá para o inferno sofrer com o Diabo”.
Para aqueles que realmente acreditam em um deus, a igreja não é uma forma de manipular o povo, mas sim, uma referência a qual se apegar para buscar motivos e incentivar suas boas ações. Para os crentes, o temor a Deus é o dosador de suas atitudes e mesmo os descrentes devem concordar que esse temor tem gigantesca importância dentro da sociedade, pois se todos utilizassem o livre arbítrio visando atender apenas os seus desejos, a população viveria em um caos de magnitude imensurável e possivelmente à beira da extinção, já que o amor ao próximo é uma lei dentro de todos os grupos religiosos e o que nos mantêm vivos num mundo tão competitivo.
Hoje, os mesmos cientistas que sempre defenderam teses voltadas a fatos lógicos também começam a se questionar quanto à perfeição de tudo que estudam. Questionam principalmente se a força que gerou tudo isso realmente é derivada de grandes coincidências ou se existe um projetista inteligente por trás dela. Ainda que um crente ex-viciado em álcool afirme que Deus o fez largar o vício e que os cientistas considerem que Ele não fez nada, pois nem estava ali, e que Deus tenha sido apenas o meio, uma ferramenta ao qual ele se apegou para deixar do vício, já não negam mais a existência de uma força como a de um imã ou uma bela música, que não pode ser vista mas sente-se nitidamente que está ali.
Enquanto não encontrarmos todas as respostas que revelem “os mistérios da fé”, não teremos como responder se a igreja controla ou apenas orienta a massa. O fato é que a igreja possui um papel fundamental dentro da sociedade, sendo o moderador entre o bem e o mal e é quem trabalha para que no mundo existam mais pessoas boas do que ruins. Isso é o que garante a paz e a prosperidade de nossa espécie. Analisando assim, mesmo que em algum momento as pessoas venham a descobrir que suas crenças não estavam cem por cento corretas e que dedicaram seu tempo ajudando outras pessoas ou doando seu dinheiro para alguma igreja, nunca será por nada, pois o importante é que dessa forma sentiram-se em paz e contribuíram para manter ordem em sua comunidade.

Esse é o espírito do Tempo. É o Zeit Geist.


Muitas publicações e relatos são feitos sobre esse tema. Uma das mais completas é a que assisti num vídeo chamado Zeit Gest, que significa o espírito do tempo, e o qual descrevo, resumidamente, uma parte impressionante.
A miséria no mundo é imensa. Os conflitos são brutais e destrutivos. As agressões são constantes. Nele, 34.000 crianças morrem diariamente, de pobreza e doenças evitáveis e, onde 50% da população vivem com menos de dois dólares por dia… Uma coisa está clara: algo está errado!
Por quê? Porque o homem não procura mudar, é o mesmo de todos os tempos.
A questão é o que somos. Se somos maus ou bons, bem sucedidos ou não.
A vida é só um passeio e, tudo se aprende no caminho. A escolha para mudar é somente nossa. O segredo é descobrir o que éramos o que somos e, o que queremos ser.
Hoje a maior crise é a crise de consciência. Pois, em nosso mundo ainda há preconceitos: sociais, raciais, religiosos e fervores nacionalistas raivosos. Tudo isso leva-nos a essa crise de consciência. Para tentarmos mudar essa situação não se deve mais aceitar os velhos padrões, as antigas normas e, muitas vezes, as ultrapassadas e preconceituosas tradições.
A sociedade em que vivemos é composta por diversas instituições. Instituições religiosas, políticas, de classes sociais e de valores familiares.
É notória e profunda a influência que essas estruturas, tradicionalizadas, possuem sobre a formação de nossas perspectivas e compreensões.
Entretanto, entre todas essas instituições sociais nas quais nascemos, vivemos e, que nos condicionam, a que menos a maioria compreende e, que mais subestima é o sistema bancário.
O sistema monetário como está toma proporção quase religiosa e, é desconhecida da maioria da população.
Infelizmente, estando cientes desse processo ou não, o sangue que corre nas veias de todas essas instituições é o famigerado dinheiro.
Essa complexidade criada pelos sistemas financeiros é proposital e nefasta. Foi criada para esconder uma das estruturas mais socialmente estagnadas que a humanidade precisa tolerar. São sequências infinitas de termos financeiros, aliados a cálculos intimidadores que fazem a maioria das pessoas desistir de tentar entendê-las. Contudo, isso não se consegue quebrar e, nos prende a essas instituições.
Os bancos não sobrevivem sem os empréstimos e, sempre existe uma demanda para essas transações, as quais atendem as exigências de reservas do sistema financeiro. Ou seja, do que se empresta, muito permanece na agência para ser emprestado, novamente, para outro. Assim, cria-se um dinheiro fictício. Isso praticamente indefinidamente. Até pode-se dizer que isso é uma fraude.
Alimenta-se a inflação e, a verdadeira fraude ocorre quando distorcem o valor da moeda. O único modo de o dinheiro existir é através dos empréstimos das instituições financeiras. Bilhões de dólares que ouvimos na mídia são meramente cifras eletrônicas, são virtuais, porém tem o poder de mudar muito na população. Tudo isso criado pelo sistema financeiro, o que é um meio de controle de massas.
Isso torna o povo escravo do sistema. O capital apossa-se e controla a mão de obra, controlando seus salários, controlando o dinheiro. O povo nunca vai ficar livre das dívidas. As pessoas continuarão correndo para sobreviver sem sair de seus lugares. Na verdade é um sistema moderno de escravidão, criado por juros, que dificilmente poderão ser pagos. Portanto, se trabalha realmente para o sistema financeiro, para grandes corporações e para os governos.
Tudo isso fortalece o império do dinheiro que só beneficia a elite da pirâmide. Esse é o espírito do Tempo. É o Zeit Geist.

O que é globalização, Principais tendências da Globalização, Novo Papel das Empresas Transnacionais, Globalização e Meio Ambiente.


O que é Globalização?
"A notícia do assassinato do presidente norte-americano Abraham Lincoln, em 1865, levou 13 dias para cruzar o Atlântico e chegar a Europa. A queda da Bolsa de Valores de Hong Kong (outubro-novembro/97), levou 13 segundos para cair como um raio sobre São Paulo e Tóquio, Nova York e Tel Aviv, Buenos Aires e Frankfurt. Eis ao vivo e em cores, a globalização"
(Clóvis Rossi – do Concelho Editorial – Folha de São Paulo) .
"O furacão financeiro que veio da Ásia, passou pela Europa, Estados Unidos e chegou ao Brasil, teve pelo menos uma vantagem didática. Ninguém pode mais alegar que nunca ouviu falar da globalização financeira. Até poucos meses, é provável que poucos soubessem onde ficava a Tailândia ou Hong Kong. Hoje muita gente sabe que um resfriado nesses lugares pode virar uma gripe aqui. Especialmente se fizer uma escala em Nova York."
(Celso Pinto – do Conselho Editorial – Folha de São Paulo)
Mas, o que é essa globalização e como é que ela se manifesta ?
Não há uma definição que seja aceita por todos. Ela está definitivamente na moda e designa muitas coisas ao mesmo tempo. Há a interligação acelerada dos mercados nacionais, há a possibilidade de movimentar bilhões de dólares por computador em alguns segundos, como ocorreu nas Bolsas de todo o mundo, há a chamada "terceira revolução tecnológica"( processamento, difusão e transmissão de informações). Os mais entusiastas acham que a globalização define uma nova era da história humana.
Qual a diferença entre Globalização, Mundialização e Internacionalização?
Globalização e Mundialização são quase sinônimos. Os americanos falam em globalização. Os franceses preferem mundialização. Internacionalização pode designar qualquer coisa que escape ao âmbito do Estado Nacional.
Quando o mundo começou a ficar globalizado?
Novamente, não há uma única resposta. Fala-se em início dos anos 80, quando a tecnologia de informática se associou à de telecomunicações. Outros acreditam que a globalização começou mais tarde com a queda das barreiras comerciais.
Globalização é poder comprar o mesmo produto em qualquer parte do mundo?
Não se pode confundir globalização com a presença de um mesmo produto em qualquer lugar do mundo. A globalização pressupõe a padronização dos produtos (um tênis Nike, um Big Mac) e uma estratégia mundialmente unificada de marketing, destinada a uniformizar sua imagem junto aos consumidores.
Se as empresas globalizadas não tem país-sede, o que ocorre quando querem fazer um lobby?
A rigor, as empresas globalizadas preocupam-se muito mais com marketing, o grosso de seus investimentos. Se em determinado país as condições de seu fornecedor se tornaram desfavoráveis - os juros aumentaram, o que implica no aumento dos produtos -, a empresa globalizada procura outro fornecedor em outro país. Ela não perderá tempo em fazer lobby sobre determinado governo para que o crédito volte a ser competitivo.
Por que dizem que a globalização gera desemprego?
A globalização não beneficia a todos de maneira uniforme. Uns ganham muito, outros ganham menos, outros perdem. Na prática exigem menores custos de produção e maior tecnologia. A mão-de-obra menos qualificada é descartada. O problema não é só individual. É um drama nacional dos países mais pobres, que perdem com a desvalorização das matérias-primas que exportam e o atraso tecnológico.
A globalização vai deixar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres?
Em seu relatório deste ano sobre o desenvolvimento humano, a ONU comprova que a globalização está concentrando renda: os países ricos ficam mais ricos, e os pobres, mais pobres. Há muitos motivos para isso. Alguns deles: a redução das tarifas de importação beneficiou muito mais os produtos exportados pelos mais ricos. Os países mais ricos continuam a subsidiar seus produtos agrícolas, inviabilizando as exportações dos mais pobres.
Conjuntura Internacional
A conjuntura internacional se desenvolve no contexto de declínio do sistema capitalista. É a antítese da era de prosperidade vivida nas primeiras décadas do pós-guerra e a expressão do esgotamento do padrão de acumulação de capital proveniente deste período. Configura-se uma situação crítica caracterizada por taxas de crescimento econômico declinantes e elevados níveis de desemprego em quase todos os países onde predomina a economia de mercado.
A crise econômica, que não deve ser confundida com as perturbações cíclicas do sistema provocadas pela superprodução, vem acelerando o processo de centralização e globalização do capital, traduzidos principalmente pela onda de aquisições, incorporações e megafusões de empresas. Como resultado, seus efeitos têm maior repercussão mundial, assim como as políticas propostas ou impostas como "solução" pelas classes que encarnam os interesses do capital.
O cenário atual está caracterizado pelo avanço da globalização econômica, financeira e comercial defendida pelos organismos internacionais (FMI, Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio) com base na ideologia neoliberal.
Trata-se de um processo em curso, comandado pelas grandes corporações transnacionais que procuram abrir novos mercados para sua produção e, ao mesmo tempo, recuperar as taxas de lucro, reduzindo seus custos pelo aumento da exploração dos trabalhadores, via redução de salários, aumento das jornadas de trabalho e eliminação dos direitos dos trabalhadores, atacando as conquistas sindicais e trabalhistas obtidas na era de ouro do sistema e desmantelando o chamado Estado de Bem-Estar Social.
A globalização tem representado o aumento do desemprego, a precarização dos contratos de trabalho, a informalidade e crescentes ataques aos direitos de organização sindical.
O neoliberalismo surge neste quadro e vem sendo aplicado desde os anos 80 como uma resposta da burguesia ao panorama crítico. Tendo adquirido ares de verdade absoluta após a derrocada do "socialismo real", seu objetivo é, basicamente, elevar as taxas de lucros das empresas multinacionais (revertendo a queda observada nas últimas décadas).
Em tese, o aumento dos lucros resultaria na recomposição dos níveis de investimentos e viabilizaria a inauguração de um novo padrão de acumulação e uma fase de crescimento econômico capitalista, o que na prática não vem ocorrendo.
O ritmo e a natureza da inserção das economias nacionais à globalização são diferenciados e depende em grande medida de opções políticas e da correlação de forças entre os setores populares e os defensores do neoliberalismo. Ainda não está concluída a forma de inserção das economias nacionais no mercado global.
Os sindicatos, em nível nacional e mundial, podem influir em seu curso. Greves e mobilizações recentes na Europa, Ásia e América Latina revelam que os sindicatos reagem e buscam alternativas para a maneira excludente como a globalização vem se processando. Essas lutas ainda ressentem-se da ausência de um projeto alternativo capaz de se contrapor ao neoliberalismo.
Grandes mobilizações, como a greve na Coréia do Sul, a mobilização dos mineiros alemães e dos trabalhadores franceses e belgas da Renault revelam que os trabalhadores não estão dispostos a arcar com os custos da globalização, e que é possível impor derrotas ao neoliberalismo.
As estratégias e os atuais modelos de organização sindical, criados num período de fronteiras nacionais parcialmente protegidas, têm sido incapazes de enfrentar as transformações econômicas em curso.
Principais tendências da globalização
A crescente hegemonia do capital financeiro
O crescimento do sistema financeiro internacional constitui uma das principais características da globalização. Um volume crescente de capital acumulado é destinado à especulação propiciada pela desregulamentação dos mercados financeiros.
Nos últimos quinze anos o crescimento da esfera financeira foi superior aos índices de crescimento dos investimentos, do PIB e do comércio exterior dos países desenvolvidos. Isto significa que, num contexto de desemprego crescente, miséria e exclusão social, um volume cada vez maior do capital produtivo é destinado à especulação.
O setor financeiro passou a gozar de grande autonomia em relação aos bancos centrais e instituições oficiais, ampliando o seu controle sobre o setor produtivo. Fundos de pensão e de seguros passaram a operar nesses mercados sem a intermediação das instituições financeiras oficiais.
O avanço das telecomunicações e da informática aumentou a capacidade dos investidores realizarem transações em nível global. Cerca de 1,5 trilhões de dólares percorre as principais praças financeiras do planeta nas 24 horas do dia. Isso corresponde ao volume do comércio internacional em um ano.
Da noite para o dia esses capitais voláteis podem fugir de um país para outro, produzindo imensos desequilíbrios financeiros e instabilidade política. A crise mexicana de 94/95 revelou as conseqüências da desregulamentação financeira para os chamados mercados emergentes. Foram necessários empréstimos da ordem de 38 bilhões de dólares para que os EUA e o FMI evitassem a falência do Estado mexicano e o início de uma crise em cadeia do sistema financeiro internacional.
Ao sair em socorro dos especuladores, o governo dos Estados Unidos demonstrou quem são os seus verdadeiros parceiros no Nafta. Sob a forma da recessão, do desemprego e do arrocho dos salários, os trabalhadores mexicanos prosseguem pagando a conta dessa aventura. Nos períodos "normais" a transferência de riquezas para o setor financeiro se dá por meio do serviço da dívida pública, através da qual uma parte substancial dos orçamentos públicos são destinados para o pagamento das dívidas contraídas junto aos especuladores. O governo FHC destinou para o pagamento de juros da dívida pública um pouco mais de 20 bilhões de dólares em 96.
Novo Papel das Empresas Transnacionais
As empresas transnacionais constituem o carro chefe da globalização. Essas empresas possuem atualmente um grau de liberdade inédito, que se manifesta na mobilidade do capital industrial, nos deslocamentos, na terceirização e nas operações de aquisições e fusões. A globalização remove as barreiras à livre circulação do capital, que hoje se encontra em condições de definir estratégias globais para a sua acumulação.
Essas estratégias são na verdade cada vez mais excludentes. O raio de ação das transnacionais se concentra na órbita dos países desenvolvidos e alguns poucos países periféricos que alcançaram certo estágio de desenvolvimento. No entanto, o caráter setorial e diferenciado dessa inserção tem implicado, por um lado, na constituição de ilhas de excelência conectadas às empresas transnacionais e, por outro lado, na desindustrialização e o sucateamento de grande parte do parque industrial constituído no período anterior por meio da substituição de importações.
As estratégias globais das transnacionais estão sustentadas no aumento de produtividade possibilitado pelas novas tecnologias e métodos de gestão da produção. Tais estratégias envolvem igualmente investimentos externos diretos realizados pelas transnacionais e pelos governos dos seus países de origem. A partir de 1985 esses investimentos praticamente triplicaram e vêm crescendo em ritmos mais acelerados do que o comércio e a economia mundial.
Por meio desses investimentos as transnacionais operam processos de aquisição, fusão e terceirização segundo suas estratégias de controle do mercado e da produção. A maior parte desses fluxos de investimentos permanece concentrada nos países avançados, embora venha crescendo a participação dos países em desenvolvimento nos últimos cinco anos. A China e outros países asiáticos, são os principais receptores dos investimentos direitos.
O Brasil ocupa o segundo lugar dessa lista, onde destacam-se os investimentos para aquisição de empresas privadas brasileiras (COFAP, Metal Leve etc.) e nos programas de privatização, em particular nos setores de infra-estrutura.
Liberalização e Regionalização do Comércio
O perfil altamente concentrado do comércio internacional também é indicativo do caráter excludente da globalização econômica. Cerca de 1/3 do comércio mundial é realizado entre as matrizes e filiais das empresas transnacionais e 1/3 entre as próprias transnacionais. Os acordos concluídos na Rodada Uruguai do GATT e a criação da OMC mostraram que a liberação do comércio não resultou no seu equilíbrio, estando cada vez mais concentrado entre os países desenvolvidos.
A dinâmica do comércio no Mercosul traduz essa tendência. Na realidade a integração do comércio nessa região, a exemplo do que ocorre com o Nafta e do que se planeja para a Alca em escala continental, tem favorecido, sobretudo a atuação das empresas transnacionais, que constituem o carro chefe da regionalização.
O aumento do comércio entre os países do Mercosul nos últimos cinco anos foi da ordem de mais de 10 bilhões de dólares. Isto se deve em grande parte às facilidades que os produtos e as empresas transnacionais passaram a gozar com a eliminação das barreiras tarifárias no regime de união aduaneira incompleta que caracteriza o atual estágio do Mercosul.
No mesmo período, o Mercosul acumulou um déficit de mais de 5 bilhões de dólares no seu comércio exterior. Este resultado reflete as conseqüências negativas das políticas nacionais de estabilização monetária ancoradas na valorização do câmbio e na abertura indiscriminada do comércio externo praticadas pelos governos FHC e Menem.
O empenho das centrais sindicais para garantir os direitos sociais no interior desses mercados tem encontrado enormes resistências. As propostas do sindicalismo de adoção de uma Carta Social do Mercosul, de democratização dos fóruns de decisão, de fundos de reconversão produtiva e de qualificação profissional têm sido rechaçadas pelos governos e empresas transnacionais.
A liberalização do comércio e a abertura dos mercados nacionais têm produzido o acirramento da concorrência. A super exploração do trabalho é cada vez mais um instrumento dessa disputa. O trabalho infantil e o trabalho escravo são utilizados como vantagens comparativas na guerra comercial.
Essa prática, conhecida como dumping (rebaixamento) social, consiste precisamente na violação de direitos fundamentais, utilizando a superexploração dos trabalhadores como vantagem comparativa na luta pela conquista de melhores posições no mercado mundial. Nesse contexto, as conquistas sindicais são apresentadas pelas empresas como um custo adicional que precisa ser eliminado ("custo Brasil", "custo Alemanha" etc.).
Os Impactos da Globalização para a América Latina
São distintos os impactos da globalização para os países da periferia do sistema capitalista. O grau de inserção desses países depende, em grande parte, do estágio de desenvolvimento industrial alcançado até os anos oitenta, das perspectivas de crescimento do mercado interno e de condições políticas que vão se constituindo internamente. Isto vale para os países da América Latina, cujos governos se orientam pelas formas subordinadas de inserção preconizadas pelo chamado Consenso de Washington.
A partir dos anos cinqüenta, num contexto de políticas desenvolvimentistas e populistas, consolida-se a divisão internacional do trabalho com a presença de empresas multinacionais operando em setores chaves da estrutura produtiva de países como Brasil, México e Argentina. Desde então, as elites políticas e econômicas desses países aceitaram a condição de sócias minoritárias na condução do capitalismo associado e dependente da região.
Por meio dessa associação com o capital estrangeiro a burguesia industrial abdicou de qualquer pretensão à hegemonia na condução do desenvolvimento nacional, aceitando um papel subalterno na dinâmica do capitalismo dependente. O desenvolvimento industrial alcançado pela associação com o capital externo foi acompanhado de um padrão de financiamento que aprofundou a dependência desses países. Os empréstimos externos dos anos setenta resultaram no pesadelo da crise da dívida externa dos anos 80, provocada pelo aumento das taxas de juros internacionais impostos pelos EUA.
Os planos de estabilização monetária e a reforma do Estado são as condições impostas pelas organizações financeiras internacionais para que esses países venham se inserir, num futuro remoto, à nova realidade econômica mundial. A baixa taxa de crescimento dos países latino-americanos é uma das faces desse modelo de estabilização
1). Mas as conseqüências perversas são imediatas, e se expressam na desindustrialização, no desemprego, no aumento da miséria, na privatização das empresas e dos serviços públicos, com corte nos gastos sociais em educação, saúde, moradia, previdência etc.
O desemprego na Argentina, da ordem de 20% da força de trabalho, a informalidade do mercado de trabalho no Brasil, de cerca de 50% da PEA (população economicamente ativa), e o brutal arrocho dos salários que se seguiu à crise mexicana ilustram dramaticamente o preço que os trabalhadores latino-americanos estão pagando em nome da pretensa modernização econômica da região.
Quadro1 Taxas de crescimento países latino-americanos selecionados (*)
Países 81-90(*) 90 91 92 93 94 95 96 Brasil 1,6 -4,4 0,2 -0,8 4,2 5,7 4,2 3,1 Argentina -0,9 0,1 8,9 8,7 6,0 7,4 -3,5 Chile 3,0 3,0 7,3 11,0 6,3 4,2 8,5 México 1,7 4,4 3,6 2,8 0,6 3,5 -6,9 (*)média % - Fonte: Relatório da OEA (diversos) IPEA
Impactos da globalização no mercado de trabalho e os sindicatos
A eliminação dos postos de trabalho representa o lado mais perverso da globalização. Duas conferências de cúpula do G-7 já trataram do problema mundial do desemprego e a posição dos chefes de Estado dos países mais ricos foi à mesma: nada a fazer, senão prosseguir os programas de ajuste com base no rigor fiscal e no equilíbrio monetário. Mesmo que isto implique a continuidade das medíocres taxas de crescimento da economia mundial dos últimos vinte anos( vide quadro das taxas de crescimento dos países do G-7).
Quadro 2 Taxas de crescimento países G-7
G-7 81-90(*) 1991 1992 1993 1994 1995 1996 EUA 2,6 -0,6 2,7 2,2 3,5 2,0 2,1 Alemanha 2,2 4,5 1,8 -1,2 3,0 2,1 0,9 Japão 4,1 4,3 1,0 0,1 0,5 0,7 2,6 Itália 2,2 1,2 0,7 -1,2 2,2 3,0 2,4 França 2,4 0,8 1,3 -1,5 2,9 2,4 1,4 Inglaterra 2,7 -2,0 -0,5 2,3 3,8 2,4 2,2 Canadá 2,9 -1,8 0,8 2,2 4,6 2,2 1,8 (*) média % - Fonte: Relatório da OEA (diversos) IPEA
O resultado mais dramático da crise da economia capitalista é o crescimento extraordinário do desemprego, fenômeno motivado por duas causas básicas: o progressivo declínio das taxas de crescimento econômico aliado ao desenvolvimento tecnológico com aplicação condicionada pelas relações de produção características de tal sistema. O problema não é só social, mas sobretudo econômico. Revela a crescente ineficiência capitalista na utilização dos recursos colocados à disposição da humanidade pelo progresso das forças produtivas. Neste contexto, cresce a importância da luta em defesa do emprego e pela redução da jornada de trabalho.
O proletariado europeu vem organizando e realizando grandes e poderosos movimentos neste sentido, num exemplo que merece ser seguido pelos trabalhadores do chamado Terceiro Mundo.
Os governos neoliberais dizem que o custo do trabalho e as conquistas históricas dos trabalhadores são as causas do desemprego. Buscam eliminar essas conquistas por meio da flexibilização da legislação trabalhista. O argumento é completamente mentiroso: a Espanha e a Argentina foram os países que mais avançaram na flexibilização e as taxas de desemprego, ao invés de cair, estão por volta de 20% da população ativa.
As transformações no mundo do trabalho indicam claramente as grandes dificuldades colocadas para um sindicalismo baseado exclusivamente nos setores tradicionais. A organização dos desempregados, dos trabalhadores informais, das mulheres, que ingressam no mercado de trabalho em condições ainda mais precárias do que os homens, e de contingentes cada vez mais amplos de excluídos, representa um desafio crucial para o futuro do sindicalismo.
A precarização dos contratos de trabalho (tempo parcial, tempo determinado), o aumento das jornadas, a rotatividade, a informalidade, a redução dos salários e a deterioração das condições de trabalho são outras tantas formas de ataque aos trabalhadores. Em razão destes ataques, o perfil do mercado de trabalho nos países desenvolvidos e em desenvolvimento começa apresentar semelhanças (o crescimento do desemprego nos países do G-7 é um fenômeno quase generalizado, como podemos comprovar na tabela abaixo).
Taxas de desemprego países desenvolvidos (definição OCDE)
81-90 (*) 1991 1992 1993 1994 1995 1996 EUA 7,1 6,7 7,5 6,9 6,1 5,6 5,8 Alemanha 7,1 5,5 7,8 8,9 9,5 9,4 11,1 Japão 2,5 2,1 2,2 2,5 2,9 3,2 3,4 Itália 8,0 8,1 9,7 10,3 9,3 8,2 11,8 França 9,3 9,4 10,3 11,7 12,3 11,6 12,1 Inglaterra 9,1 8,1 9,7 10,3 9,3 8,2 7,9 Canadá 9,4 10,3 11,3 11,2 10,4 9,5 9,6 (*)média % - Fonte: Relatório da OEA (diversos) IPEA
O novo padrão de acumulação pressupõe a destruição das conquistas trabalhistas obtidas no período anterior. Os ataques à organização sindical, ao contrato de trabalho e às negociações coletivas vêm se tornando cada vez mais intensos, ampliando a violência dos confrontos sociais e resultando em grandes mobilizações sindicais, como demonstram as greves gerais da França, Brasil e Coréia do Sul.
Estruturados numa fase de economias nacionais reguladas, mercados parcialmente protegidos e padrões de organização tradicionais, os sindicatos têm encontrado enormes dificuldades para combater os efeitos da globalização.
Apesar da crise, as perspectivas são muito maiores para uma ação internacional da classe trabalhadora, com vistas a realização de ações articuladas em torno de objetivos comuns. A uniformização das estratégias empresarias e os ataques aos trabalhadores produz reações nacionais que devem ser canalizadas pelo movimento sindical internacional para a promoção de campanhas mundiais.
O declínio relativo da liderança econômica dos EUA no mundo
Combinada à crise econômica, verificam-se os desdobramentos do declínio relativo da liderança econômica norte-americana no mundo capitalista, fenômeno decorrente do desenvolvimento desigual, que solapa as bases da ordem internacional formalizada nos acordos de Bretton Woods e acirra os conflitos entre as grandes potências. A decadência dos EUA tem sido acompanhada de uma ofensiva mais feroz por parte do Estado norte-americano. Sinais disto são as leis Helms-Burtons e Amato, de alcance extraterritoriais, contra multinacionais instaladas em Cuba, Irã e Líbia ou comércio com estes países - que geraram uma oposição enérgica de outras potências, principalmente na Europa; crescentes retaliações comerciais contra concorrentes; divergências em torno da constituição da Alca e ainda o processo de descertificação de países latino-americanos sob o pretexto de que não aplicam corretamente a hipócrita política anti-droga americana.
São iniciativas que só se explicam pela pretensão dos EUA se transformarem no árbitro e polícia do planeta, fazendo da sua própria vontade e interesses os critérios de julgamento político e moral do universo, num movimento que contraria sua decadência econômica relativamente às outras potências capitalistas e vai criando novas contradições geopolíticas. As declarações do presidente francês, Jacques Chirac, durante sua visita ao Brasil e AL, são sintomáticas das contradições que emergem com o declínio relativo dos EUA e de redefinições de alianças que estão em curso. A CUT tem o dever de denunciar a crescente arrogância e agressividade do imperialismo norte-americano.
Os desequilíbrios da economia norte-americana - que no ano de glória e prosperidade de 1996 registrou o maior déficit no comércio de bens mercadorias com o exterior, superior a 180 bilhões de dólares, ao lado de um rombo nas contas correntes em torno de US$ 170 bilhões - têm grande repercussão econômica em todo o globo, uma vez que a necessidade de financiamento externo dos débitos influencia poderosamente o fluxo internacional de capitais.
É bom lembrar que durante o ano de 1994, cujo final foi agitado pela crise cambial mexicana (num dezembro de pânico), ocorreram sete elevações das taxas de juros dos EUA. Novas altas dos juros norte-americanos influenciam imediatamente a capacidade de atração de capitais pelos países periféricos, assim como o custo dos empréstimos contraídos no exterior e a política de juros no interior desses países (a decisão do Banco Central de manter para maio a mesma Taxa Básica do BC - TBC -, interrompendo a política de redução gradual dos juros que vinha implementando desde setembro de 1996, foi motivada pela expectativa de elevação das taxas norte-americanas.
A repercussão de tal decisão sobre a dívida interna será bem negativa). Também é importante observar, pois é mais um significativo sinal da crise do imperialismo, o avanço da extrema-direita - é um fenômeno que se observa em vários países, sobretudo na Europa e com mais ênfase na França (medidas e leis de intolerância contra imigrantes, por iniciativa do governo e das forças conservadoras; avanço eleitoral da Frente Nacional de Le Pen ), mostrando que uma das alternativas com que as classes dominantes vêm acenando é este, o do obscurantismo, do neofascismo (ou algo parecido). Os trabalhadores e as personalidades democráticas da sociedade não podem observar com passividade este fenômeno, como se expressasse acontecimentos sem maior importância. Vai ficando claro que neoliberalismo não combina com democracia.
GLOBALIZAÇÃO E MEIO AMBIENTE
José de Sena Pereira Jr.
Abertura de mercados ao comércio internacional, migração de capitais, uniformização e expansão tecnológica, tudo isso, capitaneado por uma frenética expansão dos meios de comunicação, parecem ser forças incontroláveis a mudar hábitos e conceitos, procedimentos e instituições. Nosso mundo aparenta estar cada vez menor, mais restrito, com todos os seus cantos explorados e expostos à curiosidade e à ação humana. É a globalização em seu sentido mais amplo, cujos reflexos se fazem sentir nos aspectos mais diversos de nossa vida.
As circunstâncias atuais parecem indicar que a globalização da economia, com todas as suas conseqüências sociais e culturais, é um fenômeno que, no mínimo, irá durar. O fim da bipolaridade ideológica no cenário internacional, a saturação dos mercados dos países mais ricos e a ação dos meios de comunicação, aliados a um crescente fortalecimento do poder das corporações e inversa redução do poder estatal (pelo menos nos países que não constituem potências de primeira ordem) são apenas alguns dos fatores que permitem esse prognóstico. O meio ambiente, em todos os seus componentes, tem sido e continuará cada vez mais sendo afetado pelo processo de globalização da economia.
Os impactos da globalização da economia sobre o meio ambiente decorrem principalmente de seus efeitos sobre os sistemas produtivos e sobre os hábitos de consumo das populações. Alguns desses efeitos têm sido negativos e outros, positivos.
Está havendo claramente uma redistribuição das funções econômicas no mundo. Um mesmo produto final é feito com materiais, peças e componentes produzidos em várias partes do planeta. Produzem-se os componentes onde os custos são mais adequados. E os fatores que implicam os custos de produção incluem as exigências ambientais do país em que está instalada a fábrica.
Este fato tem provocado em muitos casos um processo de "migração" industrial. Indústrias são rapidamente montadas em locais onde fatores como disponibilidade de mão-de-obra, salários, impostos, facilidades de transporte e exigências ambientais, entre outros, permitem a otimização de custos. Como a produção de componentes é feita em escala global, alimentando indústrias de montagem em várias partes do mundo, pequenas variações de custos produzem, no final, notáveis resultados financeiros.
O processo de migração industrial, envolvendo fábricas de componentes e materiais básicos, pode ser notado facilmente nos países do Sudeste Asiático e, mais recentemente, na América Latina. São conhecidas as preocupações dos sindicatos norte-americanos com a mudança de plantas industriais - notadamente da indústria química - para a margem sul do Rio Grande. O fortalecimento da siderurgia brasileira, além, é claro, de favoráveis condições de disponibilidade de matéria-prima, pode ser, em parte, creditado a esse fenômeno.
Há uma clara tendência, na economia mundial, de concentrar-se nos países mais desenvolvidos atividades mais ligadas ao desenvolvimento de tecnologias, à engenharia de produtos e à comercialização. Por outro lado, a atividade de produção, mesmo com níveis altos de automação, tenderá a concentrar-se nos países menos desenvolvidos, onde são mais baratos a mão-de-obra e o solo e são contornadas, com menores custos, as exigências de proteção ao meio ambiente.
Essa tendência poderá mascarar o cumprimento de metas de redução da produção de gases decorrentes da queima de combustíveis fósseis, agravadores do "efeito estufa", pois a diminuição das emissões nos países mais ricos poderá ser anulada com o seu crescimento nos países em processo de industrialização.
Outro fator que tem exercido pressão negativa sobre o meio ambiente e que tem crescido com a globalização da economia é o comércio internacional de produtos naturais, como madeiras nobres e derivados de animais. Este comércio tem provocado sérios danos ao meio ambiente e colocado em risco a preservação de ecossistemas inteiros.
A existência de um mercado de dimensões globais, com poder aquisitivo elevado e gostos sofisticados, é responsável por boa parte do avanço da devastação das florestas tropicais e equatoriais na Malásia, Indonésia, África e, mais recentemente, na América do Sul. A tradicional medicina chinesa, em cuja clientela se incluem ricos de todo o mundo, estimula a caça de exemplares remanescentes de tigres, rinocerontes e outros animais em vias de extinção. Mercados globalizados facilitam o trânsito dessas mercadorias, cujos altos preços estimulam populações tradicionais a cometerem, inocentemente, crimes contra a natureza.
Na agricultura e na pecuária, a facilidade de importação e exportação pode levar ao uso, em países com legislação ambiental pouco restritiva ou fiscalização deficiente, de produtos químicos e técnicas lesivas ao meio ambiente, mas que proporcionam elevada produtividade a custos baixos. É o caso, por exemplo, de determinados agrotóxicos que, mesmo retirados de uso em países mais desenvolvidos, continuam a ser utilizados em países onde não existem sistemas eficientes de registro e controle. Os produtos agrícolas e pecuários fabricados graças a esses insumos irão concorrer deslealmente com a produção de outros países.
A medida mais eficaz para evitar ou minimizar os efeitos deletérios dessas e de outras conseqüências da globalização sobre o meio ambiente seria a adoção, por todos os países, de legislações ambientais com níveis equivalentes de exigências. O fortalecimento das instituições de meio ambiente, principalmente dos órgãos encarregados de implementar e manter o cumprimento das leis, é igualmente fundamental. Para isto, seriam necessárias, além de ações dos governos dos países em desenvolvimento, assistência econômica e técnica das nações mais ricas.
Estas são preocupações expressas em vários documentos, como a Agenda 21, resultante da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992. No entanto, interesses econômicos imediatos, aliados ao grave problema do desemprego, que hoje assola boa parte do mundo, têm dificultado o avanço de acordos e ações efetivas nesse sentido.
A globalização da economia, pelo menos na fase de transição que impõe a todos os países, cria um contingente de mão-de-obra desativada, via eliminação de empregos em setores nos quais o país não consegue competir. O estímulo à mecanização da agricultura, dispensando mão-de-obra, por outro lado, acelera o êxodo rural. Essa massa de excluídos do processo de integração da economia acaba por provocar grave degradação ambiental, principalmente no ambiente urbano, criando invasões de áreas não urbanizadas e favelas. A degradação do ambiente urbano - destruição de atributos naturais, poluição da água, perturbações da segurança e da saúde pública, prejuízos na estética urbana, etc.- resulta na perda da qualidade de vida, tanto dos novos como dos antigos moradores urbanos.
O ressurgimento de epidemias e endemias supostas extintas é um dos ângulos mais visíveis desta questão.
Para uma transição menos traumática para uma economia globalizada, a sociedade deveria estar disposta e preparada para prover condições mínimas de subsistência aos que, provisória ou definitivamente, não se adaptassem às novas condições de acesso ao mercado de trabalho globalizado. Seria o preço a pagar pela tranqüilidade pública, por usufruir os benefícios materiais que a nova ordem econômica pode trazer àqueles mais aptos a obter os bens de consumo, o luxo, a comodidade e o conforto material que o sistema capitalista pode prover. Sem essa disposição da sociedade em dividir resultados, o meio ambiente como um todo sofrerá graves conseqüências, afetando profundamente nossas vidas e comprometendo o nosso futuro.
Mas a globalização da economia oferece também perspectivas positivas para o meio ambiente. Até pouco tempo era comum a manutenção, até por empresas multinacionais, de tecnologias ultrapassadas em países mais pobres e com consumidores menos exigentes. A escala global de produção tem tornado desinteressante, sob o ponto de vista econômico, esta prática. É o caso, por exemplo, dos automóveis brasileiros.
Enquanto a injeção eletrônica era equipamento comum na maior parte do mundo, por aqui fabricavam-se motores carburados, de baixa eficiência e com elevados índices de emissão de poluentes. Com a abertura do mercado brasileiro aos automóveis importados, ocorrida no início desta década, a indústria automobilística aqui instalada teve que se mover. Rapidamente, passou-se a utilizar os mesmos motores e os mesmos modelos de carrocerias usadas nos países de origem das montadoras. É claro que isto causou impacto sobre a indústria nacional de autopeças, pois uma grande quantidade de componentes, principalmente os mais ligados à eletrônica, passaram a ser importados, o que antes não era possível, dado o caráter fechado que até então dominava o nosso mercado interno.
Os efeitos sobre a emissão de poluentes dos veículos foi notável. Dados da CETESB e da ANFAVEA mostram que os automóveis fabricados em 1996 emitem cerca de um décimo da quantidade de poluentes que emitiam os modelos fabricados em meados da década de 80. Os efeitos não são ainda notados na qualidade do ar das grandes cidades, porque a maior parte da frota de veículos em circulação é antiga, com sistemas precários de regulagem de motores.
O mesmo efeito sentido na indústria automobilística estende-se a uma gama de outros produtos, como os eletrodomésticos. A globalização da produção industrial está levando à rápida substituição do CFC, em refrigeradores e aparelhos de ar condicionado, por gases que não afetam a camada de ozônio. Isto está ocorrendo em todos os países, pois não é interessante, economicamente, a manutenção de linhas de produção de artigos diferenciados de acordo com os países que os vão receber.
Outro efeito positivo da globalização da economia sobre o meio ambiente é a criação de uma indústria e de um mercado ligados à proteção e recuperação ambiental. Nesta lista incluem-se equipamentos de controle da poluição, sistemas de coleta, tratamento e reciclagem de resíduos sólidos e líquidos, inclusive lixo e esgoto urbanos, e novas técnicas de produção. São setores que movimentam fortes interesses econômicos, os quais acabam por influenciar os poderes públicos para que as leis ambientais sejam mais exigentes e haja instituições mais eficientes para torná-las efetivas.
GLOBALIZAÇÃO - A HISTÓRIA INTERATIVA
Luiz Roberto Lopez
Globalização implica uniformização de padrões econômicos e culturais em Âmbito mundial. Historicamente, ela tem sido indissociável de conceitos como hegemonia e dominação, da qual foi, sempre, a inevitável e previsível conseqüência. O termo globalização e os que o antecederam, no correr dos tempos, definem-se a partir de uma verdade mais profunda, isto é, a apropriação de riquezas do mundo com a decorrente implantação de sistemas de poder.
A tendência histórica à globalização - fiquemos com o termo atual - é um fenômeno que, no Ocidente moderno, tem suas raízes na era do Renascimento e das Grandes Navegações, quando a Europa emergiu de seus casulos feudais. Paralelamente no início da globalização, traduzida na europeização da América, tivemos a criação da imprensa (1455). À tecnologia que permitiu ao europeu expandir a sua civilização, correspondeu a tecnologia que lhe possibilitou expandir a informação.
Até a Revolução Industrial, no entanto, o processo de globalização foi acanhado - pouco afetou Ásia e África. Resultava mecanismos predatórios e ainda incipientes da apropriação. Com a Revolução Industrial e a liberação do Capitalismo para suas plenas possibilidades de expansão, a globalização deu um salto qualitativo e significativo. Para entender este salto, é preciso ter presente que ;é intrínseco ao Capitalismo a apropriação e, por suposto, a expansão. A ampliação dos espaços de lucro conduziu à globalização.
O mundo passou a ser visto como uma referência para obtenção de mercados, locais de investimento e fontes de matérias-primas. Num primeiro momento, a globalização foi também o espaço para o exercício de rivalidades inter-capitalistas e daí resultaram duas guerras mundiais. Simultaneamente à globalização da apropriação e da opressão, tentou-se a globalização dos oprimidos, o que levou ao surgimento das Internacionais de trabalhadores. Imaturos para se unirem e cooptados pelas rivalidades dos opressores, os oprimidos não conseguiram criar uniões duradouras e estáveis.
Ao longo do século XX, a globalização do capital foi conduzindo à globalização da informação e dos padrões culturais e de consumo. Isso deveu-se não apenas ao progresso tecnológico, intrínseco à Revolução Industrial, mas - e sobretudo - ao imperativo dos negócios. A tremenda crise de 1929 teve tamanha amplitude justamente por ser resultado de um mundo globalizado, ou seja, ocidentalizado, face à expansão do Capitalismo. E o papel da informação mundializada foi decisivo na mundialização do pânico. Ao entrarmos nos anos 80/90, o Capitalismo, definitivamente hegemônico com a ruína do chamado Socialismo Real, ingressou na etapa de sua total euforia triunfalista, sob o rótulo de Neo-Liberalismo. Tais são os nossos tempos de palavras perfumadas: reengenharia, privatização, economia de mercado, modernidade e - metáfora do imperialismo - globalização.
A classe trabalhadora, debilitada por causa do desemprego, resultante do maciço investimento tecnológico, ou está jogada no desamparo , ou foi absorvida pelo setor de serviços, uma economia fluida e que não permite a formação de uma consciência de classe. O desemprego e o sucateamento das conquistas sociais de outros tempos, duramente obtidas, geram a insegurança coletiva com todas as suas mazelas, em particular, o sentimento de impotência, a violência, a tribalização e as alienações de fundo místico ou similares. No momento presente, inexistem abordagens racionais e projetos alternativos para as misérias sociais, o que alimenta irracionalismos à solta.
A informação mundializada de nossos dias não é exatamente troca: é a sutil imposição da hegemonia ideológica das elites. Cria a aparência de semelhança num mundo heterogêneo - em qualquer lugar, vemos o mesmo McDonald`s, o mesmo Ford Motors, a mesma Mitsubishi, a mesma Shell, a mesma Siemens. A mesma informação para fabricar os mesmos informados. Massificação da informação na era do consumo seletivo. Via informação, as elites (por que não dizer: classes dominantes?) controlam os negócios, fixam regras civilizadas para suas competições e concorrências e vendem a imagem de um mundo antisséptico, eficiente e envernizado.
A alta tecnologia, que deveria servir à felicidade coletiva, está servindo a exclusão da maioria. Assim, não adianta muito exaltar as conquistas tecnológicas crescentes - importa questionar a que - e a quem - elas servem. A informação global é a manipulação da informação para servir aos que controlam a economia global. E controle é dominação. Paralelamente à exclusão social, temos o individualismo narcisístico, a ideologia da humanidade descartável, o que favorece a cultura do efêmero, do transitório - da moda.
De resto, se o trabalho foi tornado desimportante no imaginário social, ofuscado pelo brilho da tecnologia e das propagandas que escondem o trabalho social detrás de um produto lustroso, pronto para ser consumido, nada mais lógico que desvalorizar o trabalhador - e, por extensão, a própria condição humana. Ou será possível desligar trabalho e humanidade? É a serviço do interesse de minorias que está a globalização da informação.
Ela difunde modas e beneficia o consumo rápido do descartável - e o modismo frenético e desenfreado é imperativo às grandes empresas, nesta época pós- keynesiana, em que, ao consumo de massas, sucedeu a ênfase no consumo seletivo de bens descartáveis. Cumpre à informação globalizada vender a legitimidade de tudo isso, impondo padrões uniformes de cultura, valores e comportamentos - até no ser "diferente" (diferente na aparência para continuar igual no fundo). Por suposto, os padrões de consumo e alienação, devidamente estandartizados, servem ao tédio do urbanóide pós-moderno.
Nunca fomos tão informados. Mas nunca a informação foi tão direcionada e controlada. A multiplicidade estonteante de informações oculta a realidade de sua monotonia essencial - a democratização da informação é aparente, tal como a variedade. No fundo, tudo igual. Estamos - e tal é a pergunta principal - melhor informados? Controlada pelas elites que conhecemos, a informação globalizada é instrumento de domesticação social.